Kingdom School

EDUCAÇÃO BILÍNGUE

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19/11/2019

#KingdomExchange

Prezados pais, compartilho neste blog as primeiras aprendizagens da viagem de intercâmbio que realizei no mês de outubro. Primeiramente, gostaria de agradecer a confiança e parceria com o trabalho da escola neste momento diferente que todos vivemos durante a viagem, com a certeza de que colheremos juntos os frutos.

Pontuo que, abaixo, apresento aprendizagens pessoais – apesar, claro, de um olhar pedagógico que vem de minha formação e atuação – e que são somente o início de uma conquista maior de conhecimentos, pois, com o tempo e a sedimentação das experiências, novas aprendizagens virão.

Segue então um convite a embarcar do Brasil para...

*Países Baixos*

Também conhecido como Holanda, é um país densamente povoado. Atualmente estima-se cerca de 17 milhões de habitantes, 60% deles vivendo abaixo do nível do mar – o que implica em uma preocupação grande com questões climáticas que leva a um incentivo cada vez maior ao uso de bicicletas e transporte público e influencia a Educação das crianças para serem cidadãos de um mundo sustentável.

Nos Países Baixos, tenho a impressão de que há muitas e muitas crianças. Mas, após reflexão, percebo que esta “impressão” se dá pela liberdade que os pequenos têm de ir e vir e pela inclusão das crianças no cotidiano das cidades, ou seja, eles estão em toda parte: nas bikes indo para as escolas; nos parques públicos (que existem a cada 100m!) brincando e jogando bola; nos mercados fazendo compras para suas casas enquanto os pais trabalham; vão e voltam da casa da vovó; estão incluídos nos passeios de família com cestinhos adaptados às bikes dos pais e acesso e integração aos espaços como restaurantes, museus, castelos, praças e etc.

Conheço um professor na pré-escola que me informa que elas passam por conflitos, choram, precisam de adaptação e até mordem também – “ufa” – penso comigo! Compartilha comigo que têm o tempo e espaço delas respeitado, com uma sala ampla, grupos multietários, cantinhos de brincar e o espaço da roda – onde parte do crescer e conviver acontece.

Nas escolas que visitei, além de currículos atuais que incluem vivências, experiências e habilidades para o século 21 para muito além de “conteúdos”, sinto que há um grande número de crianças e poucos adultos: os pequenos circulam com autonomia e domínio pelos espaços escolares, com a segurança de que são capazes de cumprir o que lhe foi proposto e chegar onde devem chegar, por exemplo. Os materiais, casacos, botas e tarefas se misturam aos dos colegas, mas todos sabem onde está o seu. As crianças dominam o espaço e o funcionamento da escola como se fosse delas – e é!

Com muitas novidades e curiosidade, vamos para...

*Finlândia*

A Finlândia é um país no norte da Europa com população estimada em torno de 7 milhões, a maioria vivendo na parte sul. Os índices de desenvolvimento humano do país são os mais altos do mundo em diversos aspectos, entre eles a educação pública.

Muito diferente da nossa região, na Finlândia a impressão é que há pouca gente. As escolas que visitei são espaçosas, modernas, com salas e áreas de convivência diversas e que atendem, em geral, poucas crianças. Ou seja, há um grande investimento e importância dada à educação para qualquer número de alunos e em qualquer lugar do país – os professores com quem falei informam que a mesma educação acontece no sul ou no norte, por exemplo, local bem menos povoado.

Em uma das visitas, tive a possibilidade de ser recebida pela diretora de um day care & preschool bilíngue – e público. Conversamos sobre currículo, sobre desafios e demandas dos educadores e pais e sobre o funcionamento do sistema público de educação antes da escola ser obrigatória – o que ocorre aos 6 anos, sendo o primeiro ano considerado ainda “pré-escola”. Portanto, a escola mais formal é aos 7 anos de idade – quando acontecerá a alfabetização, dentre outras conquistas.

Retomando, antes da obrigatoriedade de frequentar a escola, os pais têm a opção dos day-cares – serviço público, pago pelos pais levando em conta sua faixa salarial. De acordo com ela, o valor máximo pago pela família será de 250,00 euros, sendo que o custo da criança para o governo gira em torno de 1000,00 euros mensais. Com este dado, reflito sobre a importância e investimento que se faz em educação por lá.

E assim, embarcamos para ...

*Portugal*

Ei, Portugal! Lá me sinto em casa, as aulas de história voltam aos pensamentos e reconheço muito do nosso Brasil ao visitar o país-irmão. Neste momento, reconhece-se as alegrias e as tristezas desta nossa história.

As escolas de Portugal ainda apresentam um certo viés tradicional, com pouca abertura para o olhar para a criança e as famílias, ou seja, currículos, horários e espaços mais fechados.

Mas, por lá, visito uma escola que se destaca – no mundo todo – a Escola da Ponte. A metodologia introduzida pelo Professor José Pacheco perdura e, ao ser recebida pelos próprios alunos que nos apresentam a instituição, tudo parece simples e fácil de “copiar”. Porém, sabemos que os desafios são enormes para além daqueles muros (lá tem muros, diferente dos países anteriores que visitei...). As próprias crianças elaboram seus planos de estudo e escolhem maiores áreas de interesse, participando de momentos de debate e estudo em salas por área do conhecimento, com professores e colegas tutores. Existem os grupos da iniciação, consolidação e aprofundamento no lugar de turmas ou séries. A democracia é experimentada especialmente nas eleições de grupos que se responsabilizam pelo funcionamento da escola e chamam a participação de todos por meio das assembleias. Enfim, uma grande e gostosa experiência por estar em um local ousado como a Escola da Ponte.

De volta ao Brasil, à Sorocaba, à Kingdom School, somente alegria por me encontrar e por continuar um trabalho embasado e digno de debater e trocar informações com as escolas que visitei. 

Finalizando, desejo compartilhar especialmente um olhar da nossa etapa da Educação – a Educação Infantil – que eu pude notar por lá. O caminho atual, o caminho que dá resultados, o caminho deles é o caminho do BRINCAR. Sem qualquer receio ou dúvida, volto segura de que a ludicidade e o respeito à infância devem prevalecer. 

Obrigada e até breve,

Juliana De Conti